Jorge Sepúlveda y Paula Massarutti en Residencia Temporal en Sao Paulo. Brasil

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Reporte DESISLACIONES – el lugar donde estoy esa es mi patria

Confío en que las personas que habitan una ciudad son las que la hacen posible de ser vivida, ellas hacen que los grandes edificios sean accesible por nosotros, lo que de a pie y sin pompa, las recorremos junto a aquellos que te hacen sentir que tu casa es mi casa.

Ese es el resumen más sintético que puedo hacer de nuestra estadía en Sao Paulo a propósito de la visita que hicimos con Paula Massarutti a la Bienal de Arte curada por Ivo Mesquita y Ana Paula Cohen, a los múltiples museos, centros culturales (públicos y privados) y galerías que visitamos.

Eso es lo que sentimos en casa de Mariana Marcassa y Milena Durante, en la que nos hospedamos esa semana, en la que convivimos con Andre Mesquita y con el colectivo de trabajo en que participan, en que compartimos almuerzos y discusiones, visitas de artistas y recorridas de bares. Por que no hay mejor anfitrión que el que comparte tus gustos y no tiene problemas en mostrarte sus desacuerdos teóricos y prácticos.

Por que al llegar con dos grandes valijas, tras la puerta había un cartel con las instrucciones de uso que no podía estar mas lejos de una normativa, que en la ultima línea decía: “y si quieren podemos conversar todo lo que dice antes de esto”.

Esa actitud habita toda esta ciudad, es una costumbre democrática fuertemente arraigada de negociar a diario las condiciones de vida. Yo que viví con mi familia en un país neo-liberal militarizado agradezco estas cosas que ustedes dan por descontadas.

Es difícil entonces escribir este reporte sin convertirlo en una declaración de amor como la que alguna vez leí en un poema: ella tiene las virtudes que me encantan y los defectos que no me importan. Ese es el tipo de amor que apenas está conociendo lo que ama, pero que jovialmente se entrega, cínico, clínico pero desenfadado, amor a aquello que te seduce desde su enigma y su estrategia.

Pensé entonces en el slogan que dio pie a la bienal anterior como vivir juntos, y en la frase reveladora que finaliza ese libro y que fue la evaluación de Lissete Lagnado: con la justa distancia. Ni tan cerca que me quemo, ni tan lejos que me enfrío.

Nuestra estadía no fue, muy de acorde con el tema de la bienal, una residencia de producción de obra si no de prospección del sistema de arte y del lugar de enunciación de los artistas y agentes culturales, un acercamiento a la parte viva de los diagramas, a la pasión política del discurso de arte.

Buscamos evidencias de los juicios que están apenas escondidos en los objetos, como alguna vez decía desde el análisis de los cuadros de Balmes o de Pollock uno puede determinar el largo de su brazo. Eso fue lo que buscamos, los argumentos, las situaciones contingentes que justifican la producción de las obras, su circulación, su influencia.

Entonces, El viaje a Sao Paulo y la posibilidad que en algún momento pensé incierta cuando recién pensamos en participar de Desislaciones, nos colocó en un lugar maravillosamente alejado de los estereotipos, no hubo samba ni souvenirs, ni favelas ni escenas de telenovelas.

Nos puso en el lugar donde, extranjero e impune, puedes hacer las preguntas complicadas que permiten ver la lógica interna del funcionamiento de los criterios decisionales, de su escala y su jerarquía, lo mas lejos posible de la imposición categórica y de categorías.

Para finalizar, Brasil es un lugar donde se lleva en el cuerpo una definición particular de lo que significa estrategias de seducción, es decir esquemas voluntarios que intentan organizar una fuerza que los excede, una gaya ciencia cínica a la vez que enamorada, un cartel donde frente a una naturaleza desatada hemos querido proponer Orden y Progreso.

Jorge Sepúlveda T.
Curador Independiente
Buenos Aires, octubre de 2008

Enlaces relacionados
Curatoria Forense www.curatoriaforense.net
Paula Massarutti www.paulamassarutti.net
28va Bienal de Sao Paulo www.bienalsaopaulo.globo.com
Grupo Empreza
EIA - Experiência Imersiva Ambiental São Paulo www.mapeia.wordpress.com
Rizoma www.rizoma.net

[português]


Relato DESILACIONES – o lugar onde estou essa é minha pátria

Acredito que as pessoas que habitam uma cidade são as que a fazem possível de ser vivida, fazem com que os grandes edifícios sejam acessíveis por todos, e que a pé e sem pompa, a percorremos junto àqueles que te fazem sentir que “sua casa é minha casa”.

Esse é o resumo mais sintético que posso fazer de nossa estadia em São Paulo a propósito da visita que fizemos com Paula Massarutti à Bienal de Arte curada por Ivo Mesquita e Ana Paula Cohen, aos variados museus, centros culturais (públicos e privados) e galerias que visitamos.

Isso é o que sentimos na casa de Mariana Marcassa e Milena Durante, onde nos hospedamos essa semana, onde pudemos conviver com André Mesquita e com o coletivo de trabalho em que participam, onde pudemos compartilhar almoços e discussões, visitas de artistas e passeios a bares. Porque não há melhor anfitrião como aquele que partilha seus gostos e não vê problema em mostrar-lhe seus desacordos teóricos e práticos.

Porque ao chegar com duas grandes mochilas, atrás da porta havia uma carta com as instruções de uso que não podia estar mais longe de um regulamento, e que em sua última linha dizia: “todas as regras do jogo podem mudar” / “e, se quiserem, podemos conversar sobre tudo o que dissemos antes”.

Essa atitude habita toda esta cidade, é um costume democrático fortemente arraigado em negociar diariamente as condições de vida. Eu que vivi com minha família em um país neoliberal, militarizado, com certeza agradeço por essas coisas que vocês dão.

É difícil, então, escrever este relato sem convertê-lo em uma declaração de amor, como a que li uma vez em um poema: ela tem as virtudes que me encantam e os defeitos que não me importam. Esse é o tipo de amor que apenas conhece aquele que está amando, mas que jovialmente se entrega, cínico, clínico, porém desenfadado; amor aquele que te seduz desde seu enigma e sua estratégia.

Pensei então no slogan que sustentou a bienal anterior, “como viver junto”, e na frase reveladora que finaliza esse livro, e que foi a apreciação de Lisette Lagnado: com a justa distância. Nem tão perto que me queimo, nem tão longe que me esfrio.

Nossa estadia não foi, de acordo com o tema da bienal, uma residência de produção de obras, e sim de busca pelo sistema da arte e o lugar de enunciação dos artistas e agentes culturais, uma proximidade com a parte viva dos diagramas e com o ardor político do discurso de arte.

Buscamos evidências dos juízos que estão apenas escondidos nos objetos, como foi dito uma vez a partir da análise dos quadros de Balmes ou de Pollock, da possibilidade de determinar a largura do seu braço. Foi o que buscamos, os argumentos, as situações contingentes que justificam a produção das obras, sua circulação, sua influência.

Então, a viagem a São Paulo e a possibilidade que em algum momento pensei incerta quando articulamos em participar de Desislaciones, nos colocou em um lugar maravilhosamente longe dos estereótipos, não houve samba nem souvenires, nem favelas nem cenas de telenovelas.

Nos pôs em um lugar onde, estrangeiro e ilegal, podem fazer as perguntas complicadas que permitem ver a lógica interna do funcionamento dos critérios decisórios, de sua escala e sua hierarquia, o mais longe possível da imposição categórica e de categorias.

Para finalizar, Brasil é um lugar onde se leva no corpo uma definição particular do que significa estratégias de sedução, é indicar esquemas voluntários que anseiam por organizar uma força que os excede, uma gaia ciência cínica uma vez que apaixonada, um cartel onde, frente a uma natureza desatada, desejamos propor Ordem e Progresso.

Jorge Sepúlveda T.

Curador Independente

Buenos Aires, outubro de 2008

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Curatoria Forense www.curatoriaforense.net
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28va Bienal de Sao Paulo www.bienalsaopaulo.globo.com
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